A facilidade com que crianças e adolescentes acessam plataformas de mídias sociais, aplicativos e jogos online expõe esses jovens a materiais inapropriados que podem impactar diretamente sua saúde mental, bem-estar e desenvolvimento. Conteúdos violentos, pornográficos ou que promovem discursos de ódio, comportamentos perigosos e crimes são facilmente encontrados em sites e aplicativos, e muitas vezes acabam sendo visualizados ou até compartilhados inadvertidamente pelos mais jovens. Além disso, salas de bate-papo e transmissões ao vivo oferecem ambientes ainda mais vulneráveis à exploração, onde crianças podem ser aliciadas por adultos ou outras crianças com más intenções. Os algoritmos que governam o conteúdo mostrado nas mídias sociais e plataformas de streaming não fazem distinção de idade. Isso resulta em uma ampla gama de materiais inadequados sendo exibidos de forma indiscriminada. Além do risco de os adolescentes serem expostos a conteúdo impróprio, há também a possibilidade de que eles mesmos sejam responsáveis por disseminá-lo. Em muitos casos, adolescentes acabam compartilhando imagens ou vídeos inadequados sem compreender plenamente as consequências desse tipo de ação, o que pode levar a situações graves, como bullying.
Caso que demonstre dano (protegendo id da pessoa):
O algoritmo do YouTube possui uma série de proteções contra a recomendação de conteúdos com linguagens ou imagens impróprias, mas também é apontado como um dos principais responsáveis pela disseminação de conteúdos extremistas no Brasil, especialmente no que diz respeito à desinformação sobre mudanças climáticas e teorias conspiratórias. O estudo “A Cortina de Fumaça da Extrema-Direita”, publicado por pesquisadores do NetLab, revelou que, ao priorizar o engajamento, o YouTube promove vídeos de extrema-direita que retratam o ambientalismo como uma ameaça ao desenvolvimento nacional, associando-o a uma conspiração globalista.
Essa dinâmica cria uma bolha informacional, onde usuários são bombardeados com vídeos sensacionalistas que distorcem a realidade climática e atacam organizações ambientais. O algoritmo favorece conteúdos que apelam para o medo e a raiva, alimentando guerras culturais e polarizando o debate público. Essa prática está transformando a percepção pública sobre o ambientalismo, prejudicando o combate às mudanças climáticas e fortalecendo divisões políticas no país.
Recomendações do que fazer:
A primeira e mais importante ação é garantir que seus filhos saibam que podem conversar com você sobre qualquer coisa que os faça sentir assustados, confusos ou desconfortáveis. Eles devem entender que é importante denunciar qualquer comportamento ou conteúdo suspeito ou impróprio, seja usando as ferramentas de denúncia das plataformas ou falando diretamente com você.
Plataformas de redes sociais e sites geralmente têm Termos de Serviço que proíbem a publicação de conteúdos impróprios, como nudez, violência ou conteúdos extremistas. Explique ao seu filho que, ao se deparar com esse tipo de material, ele deve denunciar o conteúdo imediatamente na própria plataforma.
Exemplos de situações que requerem denúncia:
- Se eles encontrarem conteúdo adulto, como vídeos ou fotos inapropriadas, que apareçam em suas redes sociais.
- Se receberem diretamente mensagens impróprias contendo vídeos, fotos ou links.
Além de denunciar para a plataforma, você pode decidir se é necessário envolver professores, a escola ou até mesmo a polícia, dependendo da gravidade do conteúdo.
Por fim, utilizar as ferramentas de controle parental, que veremos no capítulo 03, é fundamental para evitar riscos.
